Eu acredito que existe um motivo para tudo. Às vezes explícito e às vezes camuflado nas entrelinhas dos acontecimentos corriqueiros, mas ele sempre existe. Portanto, criei este blog por um motivo. Não apenas para ter um espaço de publicação desses meus escritos tortos e por vezes impertinentes. Não, não. Sofri, antes de tudo, as influências de uma pessoa muito querida, que quando se tornou blogueira, abriu um novo tópico de conversa – e praticamente um novo mundo – para todo mundo lá em casa. Depois de quase um ano e meio, percebo que nenhuma vez mencionei tal pessoa, e acho que é hora de reparar essa grande falha.
Pois imagine então que eu, nos meus poucos sete anos, a vi entrar na minha vida. Do pouco que me lembro, vem logo a memória de um fim de tarde escuro, minha irmã na sua disposição costumeira, já fazendo conversa e piadas com referências que eu absolutamente não entendia, enquanto meu pai radiava com o brilho de mil sóis. Sempre fui garota de muita vergonha e poucas palavras, e pelo o que me lembro daquela noite, quase não estabeleci contato. Claro, tudo correu bem, e sabíamos então que havia uma nova pessoa em nossas vidas. Mesmo assim, durante algum tempo ainda não a chamava pelo nome e não sentava ao seu lado no sofá, nem mesmo nas longas tardes que passávamos desenhando. Houve um dia, porém, em que toda a família passeava, e ao atravessar a rua, ela segurou a minha mão. Simples reflexo, talvez, ou então uma genuína intenção de auxílio. Não sei, só sei que foi o bastante para terminar de me conquistar.
Pouco tempo depois disso, já não via nenhum problema em contar aos outros as histórias que ‘a namorada do meu pai’ havia me contado. E quando passei a empregar o termo ‘madrasta’ de uma vez, tive que suportar as controvérsias e piadas – afinal, boadrasta caberia melhor. Logo, toda a sua família também passou a ser, em certo grau, minha. Claro, as relações são complicadas para se explicar a terceiros, mas no final todo o esforço vale à pena.
Eu cresci. Ela também. Eu mudei. Ela também. Mas ainda a vejo como uma das pessoas que mais influencia minha vida – sem ela, não haveria paixão por Clarice, bolsas de pano, livros infantis, blog, suco de carambola... Uma boa parte de mim ainda estaria adormecida.
E para quem quiser conhecer um pouco mais desta de quem falo, estão a seguir os links para alguns de seus blogs, que tanto fizeram mudar a dinâmica familiar e as conversas na hora do jantar.
Te adoro querida, e obrigada por tudo.
Sou uma boadrasta de 4 enteados lindos.
ResponderExcluirLendo seu blog, me ocorreu que talvez eles sintam tudo isto por mim, e simplesmente não externem.
Meu parabéns por ter feito...Amor a mãe é implícito..amor a "boadrasta" cabe todo tipo de avaliação de risco possível, antes de ser declarado.