quinta-feira, 10 de maio de 2012

L

Ela, só assim, uma personagem. 
Sim, daquelas que estão sempre em cena nos contos de natal, esquentando o ambiente com carinho. Toda real porém, mulher de carne, osso, coração e alma. 
Corajosa eu sou!
Os olhos semicerrados pelo sol do meio da tarde, conta história depois de história depois de história. Mãos atadas sobre o colo, tornozelos cruzados. Os ombros erguidos perto das orelhas - tá frio, non? Com amor, nós a ouvimos. Orelhas atentas às reviravoltas, acompanhando cada portanto, cada senão. A frase começa de novo e de novo, as sobrancelhas se curvam procurando a palavra certa, a entonação que sobe e desce até que conclui - 
Eu, hein!?
No rosto redondo, cada ruguinha guarda uma emoção, um sabe que uma vez... Uma vida inteira. 

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"Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um deles é burro"
Mário Quintana