O barco navegava balançando lentamente. Ele se apaixonava loucamente por ela. Ela começava a reparar no amor que sentia por ele.
Com o balanço do barco eles iam tomando coragem para conversarem. Viam-se todos os dias, mas nunca sentiram coisa parecida. E mútua.
Passou uma onda e o barco balançou mais do que devia. Ele se desequilibrou e sentou-se do lado dela. Ela, com um susto, levantou e afastou-se.
E ficaram nestes desencontros pelo resto da viagem. Trocavam olhares, risos, sonhos. Agora, o que sobrava, era a vontade de ter tudo aquilo bem perto.
Ela se levantou e se sentou do lado dele. Desta vez, ele ficou lá.
Ensaiaram segurar as mãos, mas o nervosismo era demais, e acabaram por coçar os rostos. O barco ia desacelerando, já não balançava tanto. A urgência do toque era grande.
Seus dedos finalmente se encontraram e se entrelaçaram. O barco ancorou no cais da praia.
Ele olhou nos olhos dela, mas já não sentia mais nada. Ela, sentiu o remorso se apoderar do seu corpo.
Sairam do barco, continuaram as suas vidas
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"Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um deles é burro"
Mário Quintana