Gosto de poder sentir o orgulho e superioridade raspando na minha garganta toda vez que encontro uma oportunidade para falar, em alto e bom tom, Sou bailarina sim, com meia-calça e sapatilha. Salto, danço, rodo, caio confiando nos meus humildes pés. Mas ser bailarina é muito mais do que simplesmente dançar.
É mais do que sentir as pernas latejando mas não desistir em momento algum. Alongar o corpo até o extremo, mesmo que isso te faça sofrer. Saber que todo este sofrimento só resulta em beleza, beleza raramente percebida do jeito que merece. Beleza em troca de dor. Beleza em troca de aplausos. Aprender a esquecer que os aplausos podem ser mera polidez, e não entusiasmo verdadeiro.
É mais do que aprender a arte de fingir nunca errar, atuar com perfeição, esconder as sensações, não se conformar com o bom. Arte de não se importar com a cãibra que te invade, mas com o pescoço alongado.
É mais do que se acostumar a sorrir sorrisos amarelos e magoados quando lhe dizem que o Ballet não pode ser tão difícil assim. Saber se controlar quando lhe perguntam se é verdade que o Ballet é uma arte em decadência. Aprender a tratar destas feridas abertas com nada além da dança.
É mais do que poder sentir a glória de virar duas pirouettes. Ver a sua perna subir até bem próximo do seu rosto. Sentir o alívio único de poder se segurar na barra com as duas mãos e jogar o seu peso para trás com os dois pés firmes no chão, costas retas, joelhos esticados e a sensação de poder, por um instante, confiar nas suas mãos. Acreditar que você é capaz de tudo.
Desafiar a gravidade, sentir dores desumanas, descobrir um outro lado da vida, saber não se orgulhar, aprender não se importar com a falta de interesse - ou de elogios.
Tudo isso para poder subir em um palco e ver que tudo vale a pena. Tudo isso só para poder dizer aos outros que você é uma bailarina e sentir aquela indescritível sensação de quem sabe que está fazendo a coisa certa.
É mais do que sentir as pernas latejando mas não desistir em momento algum. Alongar o corpo até o extremo, mesmo que isso te faça sofrer. Saber que todo este sofrimento só resulta em beleza, beleza raramente percebida do jeito que merece. Beleza em troca de dor. Beleza em troca de aplausos. Aprender a esquecer que os aplausos podem ser mera polidez, e não entusiasmo verdadeiro.
É mais do que aprender a arte de fingir nunca errar, atuar com perfeição, esconder as sensações, não se conformar com o bom. Arte de não se importar com a cãibra que te invade, mas com o pescoço alongado.
É mais do que se acostumar a sorrir sorrisos amarelos e magoados quando lhe dizem que o Ballet não pode ser tão difícil assim. Saber se controlar quando lhe perguntam se é verdade que o Ballet é uma arte em decadência. Aprender a tratar destas feridas abertas com nada além da dança.
É mais do que poder sentir a glória de virar duas pirouettes. Ver a sua perna subir até bem próximo do seu rosto. Sentir o alívio único de poder se segurar na barra com as duas mãos e jogar o seu peso para trás com os dois pés firmes no chão, costas retas, joelhos esticados e a sensação de poder, por um instante, confiar nas suas mãos. Acreditar que você é capaz de tudo.
Desafiar a gravidade, sentir dores desumanas, descobrir um outro lado da vida, saber não se orgulhar, aprender não se importar com a falta de interesse - ou de elogios.
Tudo isso para poder subir em um palco e ver que tudo vale a pena. Tudo isso só para poder dizer aos outros que você é uma bailarina e sentir aquela indescritível sensação de quem sabe que está fazendo a coisa certa.
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"Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um deles é burro"
Mário Quintana