terça-feira, 22 de julho de 2008

Para quem entende

As amoras nunca pareceram tão bonitas no alto das árvores do bosque. O luar cobre as formigas que sonham com o novo dia. A madrugada está fria e sem prazer. A lua preguiçosa que não se apressa em se esconder me preocupa.
Tudo me preocupa.
No escuro que me envolve, sinto frio. Me sinto mal. Me sinto estranha. Me sinto como um nada.
Vejo ao longe na minha imaginação estragada, aquilo que um dia chamei de alma.
Ela grita por socorro, mas ninguém a percebe. Tento correr para salvá-la do sofrimento, mas tudo o que consigo fazer é estragar meus sapatos.
Hoje, quando digo que não tenho mais sombra, não digo nada além da verdade. Foi-se, sugada para algum lugar além da minha compreensão.
Me perguntam por que decidi viver assim. Eu não sei responder
Estou sentada na cama e o meu troféu dorme ao meu lado.
Sinto uma dor no peito e percebo que sangro verde.
Meu troféu ronca enquanto eu morro

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"Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um deles é burro"
Mário Quintana